Meu Deus eu Creio, Adoro, Espero e Amo-Vos. Peço-Vos perdão para todos aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

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Formação Católica

06 setembro 2016

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS - A PROFISSÃO

Santa Teresinha do Menino Jesus com o seu Divino Esposo

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS
A PROFISSÃO

Há tempos que tem o hábito de traduzir o seu despojamento em figuras e símbolos, a maneira do Cânticos dos Cânticos, e dos poemas de São João da Cruz. É imaginativa, e possivelmente também se veja impelida pelo Espírito Santo a fazê-lo. Seja como for, convém notar que os desígnios que atribui a Deus e as respostas que dEle recebe não constituem nenhuma revelação explícita , mas são unicamente produto da sua fé. O seu caso nada tem de comum com os diálogos reais de Santa Catarina de Sena com o seu Senhor. Visto isso, podemos ler a admirável carta que escreve à sua irmã Inês de Jesus:


Setembro de 1890

Minha querida mãe,

A tua pequena solitária deve contar-te em primeiro lugar o itinerário da sua viagem.

Antes de partir, o meu Noivo perguntou-me para que país queria viajar que estrada desejava seguir [...]. Respondi-lhe que só tinha um desejo: o de chegar ao cume da Montanha do Amor.

Imediatamente abriram-se diante dos meus olhos numerosas estrada, mas muitas delas eram tão perfeitas que me senti incapaz de escolher alguma por mim mesma [...].

Nosso Senhor tomou-me pela mão e fez-me entrar num subterrâneo em que não faz nem frio nem calor, onde o sol não brilha, e a que a chuva e o vento não tem acesso: um subterrâneo em que só consigo ver uma claridade semi-encoberta, a claridade que os olhos semicerrados de Jesus difundem.

O meu Noivo nada me diz, e eu não lhe digo nada, a não ser que o amo mais que a mim mesma e que sinto no fundo do meu coração que é assim, porque lhe pertenço mais do que a mim. Não vejo se estamos avançando para a meta de nossa viagem, pois ela se faz debaixo da terra. E, no entanto, parece-me, sem que saiba como, que nos vamos aproximando do cimo da montanha.

Agradeço ao meu Jesus que me faça caminhar nas trevas; tenho uma paz profunda. Aceito de bom grado permanecer o resto de minha vida religiosa neste subterrâneo escuro [...]. Somente desejo que as minhas trevas consigam que os pecadores tenham luz.

Sou feliz, sim, muito feliz por não ter nenhuma consolação; e teria vergonha de que o meu amor se assemelhasse aos das noivas da terra, que a toda hora olham para as mãos dos seus noivos, para verem se estas lhe trazem algum presente, ou ainda para o seu rosto, a fim de nele surpreenderem um sorriso de amor que as encante.

Quero a todo custo receber a palma de Inês; e se não for pelo sangue, que seja então pelo Amor.

E acrescenta ainda:

Não desejo um amor sensível [...]. Contanto que seja sensível para Jesus, isso me basta.


                                         ---

Mistério impenetrável da santidade: Se Jesus nada lhe manifesta, de onde lhe vem a certeza de que Jesus é sensível ao seu amor?

Na véspera do grande dia da profissão, quando a esperança parecia renascer no seu coração, uma furiosa tempestade, "a mais furiosa" de toda a sua vida, desabou sobre a sua alma.

Teresa pensa que "se engana, que engana seus familiares, que engana as suas superioras, que engana a Deus julgando ter sido chamada". A sua vocação é um engodo, um sonho, uma quimera, uma mentira do seu orgulho. Seria um sacrilégio perseverar nela. Seria melhor deixar o convento! Seria melhor voltar para o mundo!

Levanta-se de repente, chama a mestra de noviças, suplica-lhe que a deixe sair do coro e confessa-lhe o seu tormento.

Era o último grau de humilhação! A mestra contenta-se com dar uma boa gargalhada, e a confidência liberta Teresa da cilada que o demônio lhe armara. " A partir da manhã do dia 8 de setembro - relata -, fui inundada por um rio de paz, e nessa paz que ultrapassa todo o sentimento pronunciei os meus santos votos".

Aproveitou a ocasião para pedir a Deus - se fosse do seu agrado - tudo aquilo que ela podia desejar neste mundo: em primeiro lugar, que Ele aceitasse a sua entrega total; depois, o bem do convento, a paz de Celina, a entrada de Leônia no convento da Visitação de Mans, e, no momento mais solene, a cura de seu Pai. A este último pedido acrescentou humilde e cruelmente: "Pois a nossa Madre Priora ordenou-me que Vo-lo pedisse". Porventura não desejaria ela que o seu pai se curasse? É claro que sim! Mas, se fora ele próprio quem se imolara, seria justo privar Deus dessa oferenda?

Foi um dia belíssimo, favorecido por um tempo esplendido. Uma testemunha informa-nos que, durante a procissão, um enorme bando de andorinhas voou sobre o Carmelo, passando tão rente às paredes que algumas religiosas, sensíveis à simbologias, pensaram estar vendo naquele fato um sinal do Céu.

Teresa, hoje, pode falar como rainha; e o que é que reivindica do seu Rei? Que converta num instante a multidão dos pecadores e que esvazie o purgatório!
.....

A tomada de véu teve lugar no dia 24, e novamente o sr. Martin não pôde assistir. A partir deste momento, Teresa recai na noite.

Joana Guérin, a mais velha de suas primas, havia-se casado recentemente, e as atenções de que cerca o marido enchem Teresa de inveja e de vergonha. Se uma mulher faz tanto por um esposo mortal, o que não deveria fazer aquela que acabava de unir-se ao Esposo imortal?

Tendo por modelo a participação do casamento da prima, redigirá então um singelo convite para as "bodas espirituais de Jesus e da irmã Teresa na montanha do Carmelo". Simples diversão? Infantilidade? Como queiram.

Teresa deve parecer feliz. Teresa deve parecer contente. A esposa do Altíssimo não pode mostrar um rosto sombrio, seria como confessar que é maltratada pelo Esposo.

(...)

Excerto do livro, Teresa de Lisieux, de Henri Guéon. Páginas; 99,100,101, 102.

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