Meu Deus eu Creio, Adoro, Espero e Amo-Vos. Peço-Vos perdão para todos aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

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Formação Católica

08 setembro 2015

PERIGO ETERNO - COMENTÁRIOS ELEISON - 218



PERIGO ETERNO
ELEISON COMMENTS CCXVIII (17 de setembro de 2011)

“Por que nós homens estamos aqui na terra?” Um velho amigo inquiriu-me recentemente. Eu respondi, claro, que “para louvar, amar e servir a Deus, e assim salvar…” Ele interrompeu – “Não, não é essa a resposta que eu quero”, disse ele. “O que quero dizer é que antes de vir à existência, eu simplesmente não era, e não sofria perigo nenhum. Agora que existo, sofro seriamente o risco de perder a minha alma. Por que, então, se me deu, sem meu consentimento, esta existência arriscada, a qual, já uma vez dada, não se pode recusar?”

Dita assim, a questão é grave, porque põe em dúvida a bondade de Deus. Certamente é Deus quem dá a vida, e nos mete em uma eleição que não podemos recusar: entre o caminho íngreme e estreito para o Céu e o caminho largo e fácil para o inferno (Mt VII ,13-14). Não há dúvida de que os inimigos da salvação de nossas almas, o mundo, a carne e o diabo são perigosos, porque o triste fato é que a maior parte das almas cai no inferno ao fim de suas vidas (Mt.XX, 16). Com isso – a questão -, é justo que eu esteja em perigo tal, sem a minha vontade?

Se esse perigo não ocorre por minha própria culpa, então a vida é na verdade um presente envenenado. Mas se o perigo é em boa parte por minha própria culpa, e se o livre-arbítrio que, erroneamente usado, me faz cair no inferno é o mesmo que, corretamente usado, me faz entrar numa eternidade inimaginavelmente feliz. Logo, a vida não é um presente envenenado, mas sim a oferta de uma magnífica e gloriosa recompensa, fora de qualquer proporção com o esforço relativamente pequeno que na terra se deve fazer, para evitar o perigo e usar corretamente do livre-arbítrio (Is. LXIV, 4).

Mas o inquiridor poderia objetar que nenhum dos três inimigos da salvação é da sua culpa: – “O mundo que nos incita ao mundanismo e à concupiscência dos olhos está ao nosso redor do berço ao túmulo, e dele só se escapa com a morte. A fraqueza da carne vem com o pecado original, desde Adão e Eva. E eu não estive com eles! O demônio também já existia muito antes de eu nascer, e está mais feroz que nunca nestes tempos modernos!”.

A que se pode responder que os três inimigos têm seu domínio por nossa própria culpa. Quanto ao mundo, temos de estar nele, mas não temos de ser dele (Jo. XVII,14-16). Depende de nós o amar as coisas do mundo ou o preferir as do céu. Quantas orações no missal pedem a graça de preferir as coisas do céu! Quanto à carne, quanto mais se foge da sua concupiscência, mais ela perde a sua força – então, quem é que pode dizer que, com um pecado pessoal, não fortaleceu a concupiscência e o perigo, ao invés de enfraquecê-los? E quanto ao diabo, o seu poder de seduzir é estritamente controlado pelo Deus Todo-Poderoso, e as Escrituras do próprio Deus asseguram que Ele oferece a graça necessária para superar as tentações permitidas (I Cor.X, 13). Em resumo, o que Santo Agostinho diz do diabo também se aplica ao mundo e à carne – que são como um cão atado, que ladra e não morde, a menos que se lhe chegue muito perto.

Dessa forma, há de fato um grau inescapável de perigo espiritual na vida humana. Porém, depende de nós, com a graça de Deus, controlar o perigo, e a recompensa será inigualável (I Coríntios. II, 9).

Kyrie Eleison.

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