Meu Deus eu Creio, Adoro, Espero e Amo-Vos. Peço-Vos perdão para todos aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

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Formação Católica

29 maio 2015

A COMUNHÃO SACRÍLEGA - SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET

O Pecado Mortal nos faz escravos do diabo.


A Comunhão sacrílega
Santo António Maria Claret.

Não há praticamente nenhum crime que mais ofenda a Deus do que o da comunhão sacrílega. Os Santos Padres o demonstram com palavras e exemplos assombrosos. Aquele que comunga em pecado mortal comete um delito maior que o de Herodes, diz Santo Agostinho; mais horrendo que o de Judas, diz São João Crisóstomo; mais terrível do que o que cometeram os judeus, crucificando o Salvador, dizem outros santos. E a tudo isso acrescenta São Paulo: será réu do Corpo e Sangue de Cristo; isto diz a Glosa: será castigado como se com suas mãos tivesse matado o Filho de Deus.

A comunhão sacrílega é um crime tão grande que Deus não espera para puni-lo no inferno. Ele já começa neste mundo a indignar-se com tamanho crime, permitindo a doença e a morte; de modo que, desde o tempo dos Apóstolos, segundo São Paulo, muitos, por suas comunhões sacrílegas, padeciam gravíssimos males corporais, e outros morriam. São Cipriano refere que alguns de seu tempo que recebiam a sagrada Comunhão indignamente eram acometidos de dores intoleráveis nas entranhas, até morrem arrebentados. São João Crisóstomo conhecia muitos possuídos por demônios por causa deste crime. O Papa São Gregório assegura que, em Roma, houve grandes estragos devido à peste que apareceu poque se continuaram naquela cidade as diversões imorais e os espetáculos de impurezas após a Comunhão Pascal. E o mesmo refere a respeito de seu tempo Santo Anselmo, por haverem cumprido mal este preceito. Lemos na vida de São Bernardo que um monge se atreveu a comungar em pecado mortal; mas - coisa terrível - assim que o santo lhe deu a Sagrada Hóstia rebentou como Judas e como ele se condenou eternamente.

Segundo o célebre P. Arbiol, havia em certo lugar uma senhora que por ocasião de uma festa muito solene foi se confessar, e o confessor, encontrando-a em uma ocasião próxima de pecar, lhe disse que não podia absolvê-la se ela não se afastasse primeiro da ocasião e que naquele dia ela não podia receber a sagrada Comunhão; mas ela quis recebê-la sem se importar com o que lhe disse o confessor, e, no momento em que teve a sagrada Hóstia na garganta, afogou-se, caindo morta na própria igreja, na presença de muitas pessoas.

Eu poderia citar um grande número de casos desta natureza, não apenas antigos, mas também modernos, embora atualmente não aconteçam tantos, porque, creio eu, os bons, por temor, se abstém de frequentar os Santos Sacramentos; e Jesus, pelo amor que nos tem e para nosso bem, prefere deixar impunes visivelmente os sacrilégios, para que os bons o recebam com frequência, visto que estes não o recebem temerosos dos castigos dos profanadores. Mas se a estes últimos não os castiga visivelmente, o faz invisivelmente com a cegueira do entendimento, a dureza de coração e com seu abandono neste mundo, e depois, no outro, com as penas eternas do inferno.

Encomenda-te a Maria Santíssima, para que te alcance os auxílios de que necessitas para poder receber com frequência e dignamente os Santos Sacramentos.

E para que conheças melhor o quanto convém receber com boa disposição os Santos Sacramentos e os diferentes efeitos que causam, por conclusão te referirei outro caso que se lê na vida dos Santos Padres:

Havia um Bispo muito virtuoso que, tendo sido avisado que duas pessoas viviam ilicitamente, suplicou ao Senhor que se dignasse lhe manifestar o estado de consciência de seus súditos. Deus ouviu suas súplicas e um dia, depois de ter distribuído a sagrada Comunhão a um grande número de pessoas, viu que uns tinham o rosto negro como o carvão, a outros lhes brilhavam os olhos, e outros estavam muito elegantes e vestidos de branco. Repetiu a súplica o bom Prelado, para que Deus lhe manifestasse aquele mistério. No mesmo instante apareceu um anjo e lhe disse: “Saiba que estes que têm o rosto negro são os impuros e desonestos; esses outros aos quais brilham os olhos são os avaros, usurários e vingativos; e os que vê tão elegantes e vestidos de branco são os que se acham em graça e adornados de virtudes”. Vieram também comungar as pessoas acusadas de trato ilícito, e as viu igualmente resplandecentes e elegantes, o que fez o Bispo pensar que havia sido enganado, mas o anjo lhe disse que era verdade quanto lhe haviam dito, mas tendo elas se afastado da ocasião [de pecar] e feito uma boa confissão, os seus pecados haviam sido perdoados, e com isto estavam bem dispostas para receber a sagrada Comunhão, a qual lhes havia causado estes admiráveis efeitos.

Portanto, amável irmão em Jesus Cristo, pelo grande amor que te professo, te suplico e peço que nunca vá receber a sagrada Comunhão em pecado mortal; mas não te assustes se te encontras em tão desgraçado estado: confessa-te logo, e verdadeiramente arrependido; pratique muitos e fervorosos atos de humildade, confiança e amor; e comungando com esta disposição estarás cheio dos grandes e celestiais frutos que causa a sagrada Eucaristia a quem a recebe dignamente.

Quero aqui dizer-te os principais, para que tu queiras recebê-la mais e mais:

  • 1.º Aumenta a graça.
  • 2.º Da luz à alma a fim de conhecer o bem para segui-lo e o mal para evitá-lo.
  • 3.º Aviva a fé e a esperança.
  • 4.º Inflama a caridade.
  • 5.º Modera a ira e demais paixões, preservando-nos de pecar.
  • 6.º Nos une a Jesus Cristo.
  • 7.º Nos dá uma suavidade espiritual, pela qual se faz com gosto todas as obras de virtude.
  • 8.º Afugenta os demônios, para que não nos tentem tantas vezes.
  • 9.º Acalma o remorso da consciência.
  • 10.º Nos faz ter grande confiança em Deus na hora da morte.
  • 11.º Alimenta a alma dando-lhe vigor, assim como o pão material o dá ao corpo.
  • 12.º Por último, nos dá especiais auxílios para perseverar no bem e chegar à eterna glória da qual é penhor certo, o que eu te desejo de todo coração, como para mim mesmo.

De “Caminho Reto e Seguro para se chegar ao Céu”, de Santo Antonio Maria Claret.

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